Dizem que é rodeio, que é festa do peão, do agricultor e do produtor rural. Mas de rural mesmo tem pouco. Senti falta do gado, dos cavalos bem cuidados e dos concursos de animais. Soube que aconteceu porém eu não acompanhei. Vi lindos e variados chapéus que ornavam os rapazes de jeans super-justos e fivelas grandes. E também vi belas montarias. Um espetáculo à parte.
As mulheres esqueceram a roça e usaram de tudo. Plumas, peles e paetês; tudo no mesmo lugar. Justos, curtos, decotados e bordados que nada deixavam a desejar. Look verão, alto-verão, outono e inverno na mesma noite e no mesmo lugar. Tudo junto e misturado. O importante era festejar.
Alguns foram para ver. Muitos foram para ser vistos e todos foram para se divertir.
E como os gostos hoje são bem ecléticos era preciso agradar a todos. E agradaram! O trio-elétrico entreteve quem não gostasse do sertanejo. A boite tinha funk, pop e aquelas músicas de poucas palavras que a moçada gosta de dançar. Então, gregos e troianos acharam seu lugar e se divertiram.
E se o assunto é música podemos dizer que tivemos grandes produções. Para tristeza das mais velhas, as novinhas são sensacionais. Aquele 1% é vagabundo e os outros 99% estão loucos para chegarem lá. A vaca foi para o brejo mesmo! E para deixar todo mundo feliz "ainda ontem choramos de saudade" das antigas e boas canções sertanejas.
O fato é que o tempo passa e um dia percebemos que "os donos do pedaço" já não somos nós. São eles, nossos filhos, sobrinhos e demais colegas da mesma idade. As meninas de cabelos longos e os rapazes de barba cerrada. Não importa se nós achamos a música sem conteúdo ou a mania de selfie um disparate. Agora o tempo é deles e são eles que ditam as tendências e as verdades breves. Eles elegem o que é bom ou ruim e os padrões que regem as escolhas de hoje muito provavelmente não tem nada dos padrões que escolhemos lá atrás. Para nós país, sempre fica a pergunta: “Será que já ensinamos tudo que precisava ser ensinado?” Provavelmente não. Mas chega um momento em que a vida se encarrega de ensinar tudo aquilo que precisamos aprender. Foi assim conosco e será assim com eles. É preciso aceitar que, daqui para frente eles seguirão com suas próprias asas. Resta-nos assistir com a sabedoria de quem já passou por isso e sabe que logo ali na frente, os desafios serão bem maiores que o tamanho da fivela.
Leila Rodrigues
Imagem da Internet: http://www.divinaexpo.com.br/#!fotos
Publicado no Jornal Agora Divinópolis em 21/07/2016
Olá pessoal,
Tem 20 anos que eu moro em Divinópolis e é a primeira vez que fui à Divina Expô. Obrigada aos amigos que me incentivaram a ir. Foi uma grande festa e eu me diverti de verdade.
Ficam as lições… como em cada canto desta vida.
Grande abraço e que venha 2017
Leila Rodrigues